Ops, falei!

Não sei direito se posso postar algo por aqui, mas de qualquer modo vamos lá.

Sou um leitor assíduo de blogs de todos os gêneros: tecnologia, música, fotos, cartoons, tirinhas, bobagens etc. Confesso que não sou muito chegado a uma leitura de livros, acredito ser esse o motivo de ter me identificado com esse modelo de leitura.

Há algum tempo, escrever em blog era coisa de passatempo, um hobby para pessoas que precisavam externar algumas coisa, e uma brincadeira para outros que gostam de pregar peças nas pessoas. Um bom exemplo disso que falei são os blogs Viciado Carioca, que começou sendo um desabafo de um jornalista sobre o problema que ele enfrentava com as drogas e tudo que passou durante sua vida de usuário (rendeu até um curta-metragem que foi lançado em DVD), e o Cocadaboa, que ganhou fama ao espalhar boatos e falsas notícias pela internet, fazendo com que muitos "jornalistas renomados" reproduzissem suas notícias como verídicas, os chamados "patos do cocadaboa". É uma pena que ambos se encontrem às moscas. Talvez por conta do rumo que isso tomou, talvez porque casaram e tiveram filhos, ou simplesmente porque perderam os dedos das mãos, vai saber... Entretanto, nos dias atuais ser "blogueiro" é praticamente uma profissão.

Muitos dos blogs que frequento escrevem posts "pratocinados". Isso mesmo, são posts aparentemente inofensivos, que tocam em algum assunto sem maiores pretensões, mas que por trás está a grande máquina do capitalismo de fazer consumidores: as agências de publicidade, que investem dinheiro e fazem, o que antes era um hobby, se tornar profissão e meio de sustento. Essa é a Web 2.0, que trouxe consigo muitas novidades, que alguns podem ver como positivas, e outros podem acabar enxergando como negativas.

Eu, simples como sou, um verdadeiro sapo manco na beira da lagoa, sou um dos otimistas e um eterno entusiasta do uso das tecnologias em prol da aprendizagem e da socialização do conhecimento. Aplaudo de pé os que fazem da internet uma sala de aula, levando conhecimento para todos os cantos, e trazendo de lá as experiências daqueles que aqui buscam o saber.

UMA REFLEXÃO SOBRE A DEMOCRACIA VIRTUAL


Andrea Cecilia Ramal:
Lembram da polêmica sobre a eleição de Maradona e Pelé pela Internet? A opção da FIFA de realizar uma votação pela Internet e a decisão seguinte a esta, de não legitimar o resultado, é um dos casos que trazem à tona a discussão necessária sobre a democracia e o virtual na participação política do próximo século.
A Internet poderia parecer, à primeira vista, o melhor canal para uma escolha popular. Pessoas de várias idades, de culturas e visões diversas, com diferentes opiniões, integram, ao conectar-se, uma imensa inteligência coletiva que lhes permite manifestação livre e participação fácil, rápida e ilimitada.
No entanto, como costuma acontecer, a "massa", em sua configuração disforme, anônima e imprevisível, surpreende o poder institucional e escolhe o Outro. Não a voz monocórdica, esperada, óbvia, mas o inusitado. O melhor jogador do século, para a maioria dos internautas, é praticamente o avesso daquele que a instituição legitimaria. Na mistura fractal de vozes e culturas dessa rede, vence o símbolo da irreverência, da transgressão às normas, da subversão.
Creio que o resultado pouco importa, num momento de tantos problemas no panorama mundial. Mas vale, sim, pensar sobre as implicações do fenômeno. O que importa é que a FIFA, imediatamente após o resultado da votação, toma a decisão de criar outro prêmio, atribuído por outra comissão julgadora. Está estabelecida a ruptura: a decisão virtual e a real. A voz do público e a voz legitimada institucionalmente. A polifonia das vozes dissonantes e a monologia da autoridade que decreta que há uma versão - a oficial - alternativa ao voto popular. A metamorfose do digital é revestida de uma capa que volta a tornar a realidade bela, justa, politicamente correta.
Por outro lado, se não fosse pela rede, jamais se conheceria esse resultado insólito. Poderíamos perguntar: quantas outras vozes, em anos e séculos anteriores, não foram caladas porque havia apenas a opinião possível da comissão pré-determinada, do poder pré-estabelecido, dos resultados fixados e imaginados por antecipação?
Aí está um dos grandes valores da Internet: o de permitir que venham à tona todos os olhares, todos os discursos. Discursos que jamais conheceríamos se não fosse pela facilidade com que se pronunciam e se expandem, sem barreiras, por uma rede que não tem um único centro nem um só autor. É nesse discurso que se revelam todos os poderes. A Internet inaugura o século como a nova arena das contradições e das disputas entre os lugares sociais, acrescida da multiplicidade de signos que fluem pela rede e, portanto, muito mais complexa e polissêmica.
Processos de participação virtual não poderão jamais pressupor, felizmente, a harmonia e o consenso. Reproduzem-se neles todos os conflitos e as tensões próprias do mundo real, só que sem máscaras. A disputa entre as diferentes vozes e ganha as proporções de uma rede do tamanho do planeta. Nesse sentido, garante-se a riqueza da intersubjetividade, expressada na polifonia, na heterogeneidade, na mistura híbrida de raças e culturas, difusa e interconectada por milhares de lugares ao mesmo tempo, subversivamente democrática e renovada cada vez que um novo diálogo se estabelece

As TICs precisam ser explicadas na mídia

Apesar do termo TICs - Tecnologia da Informação e Comunicação - ser muito citado em matérias que abordam inclusão digital, em muitos casos ele vem sendo utilizado como ferramentas contra o desemprego e aquecimento da economia nas matérias divulgadas na imprensa. Porém, de acordo com a Coordenadora-Executiva da ONG Rede Mulher de Educação, Vera Vieira, no site do grupo, “as TICs podem ser definidas como tecnologias e instrumentos usados para compartilhar, distribuir e reunir informação, bem como para comunicar-se umas com as outras, individualmente ou em grupo, mediante o uso de computadores e redes de computadores interconectados”.
Função das TICs e da mídiaAs TICs também têm outras funções. De acordo com o presidente da assembléia geral do PSL-Empresas (projeto de organização das empresas de Software Livre), Ricardo Filipo, “as TICs funcionam interferindo na forma como as informações fluem nos meios físico, social e psíquico de um ambiente humano, abrangendo portanto o contexto dos equipamentos, eletrônicos, sonoro, visual, sensitivo e o contexto humano dos relacionamentos”. Portanto, parte-se do princípio de que o governo e a sociedade civil precisam saber verdadeiramente do que se tratam as TICs para poder participar ativamente da construção da sociedade da informação. Infelizmente, somente uma parcela desses grupos, em especial a sociedade civil, possui esse tipo de conhecimento. Caberia à mídia então, conscientizar, participar, divulgar essas tecnologias, assim como as ferramentas de inclusão digital.
Como o assunto é abordadoAnalisando matérias saídas em jornais e na Internet percebe-se que as TICs são, de uma maneira geral, tratadas com superficialidade, fazendo parte de pautas como datas de eventos (sem que ninguém explique a importância daquele congresso e qual o diferencial em relação à sociedade), decisões governamentais (com o mesmo tipo de enfoque do anterior) e novidades tecnológicas. Trata-se de um problema geral das mídias, que precisam correr contra o tempo e lidar com excesso de informações que chegam às redações. Porém, isso não justifica abordar as TICs como se estivesse falando de samba. Enquanto esse último assunto faz parte do inconsciente coletivo da sociedade brasileira e é cultural, as TICs são assuntos relativamente novos, o qual poucos possuem o acesso real (de tocar, saber mexer, conhecer) e naturalmente, desconhecem o seu sentido. Então, quando os jornais e a Internet só fazem referências às vantagens como a inclusão digital, por exemplo, como sendo ferramenta contra desemprego, a população tende a só enxergar as TICs como tal.
Importância da divulgaçãoSegundo Filipo, “a única importância de se divulgar as TICs é torná-las conhecidas e logo utilizáveis। Mas isto só terá valor para aqueles indivíduos que ainda não conseguem praticar a tepatia। Na outra ponta estão os (॥) excluídos digitais. Não basta apenas divulgar as TICs”. Para ele, é uma crueldade caso não se possua infra-estrutura de Tecnologia de Informação. As mídias acabam favorecendo então, aos dominantes (em geral mais ricos), que vêem a visibilidade promovida pelas TICs como forma de que seus produtos apareçam mais. Ao mesmo tempo, Filipo complementa: “a meu ver deveriam ser publicadas e alardeadas as TICs éticas, abertas e que possam trazer melhorias para a vida das pessoas, sem favorecer quaisquer empresas ou grupo em particular. Na prática eu acredito que outros “lobbies” tenham preferência, o que é lamentável ou no mínimo terrivelmente trágico para nós humanos”.Realmente, é bem trágico quando se pensa que a atuação dessas tecnologias no fluxo das informações acabam formando idéias, contextos, culturas e a abordagem sobre elas estão sendo distorcidas por alguns. Felizmente, ainda podem ser encontradas matérias em informativos temáticos, que se propõem a explicar as TICs ou a Cúpula Mundial da Sociedade da Informação, sem classificá-las em uma categoria ou limitá-las a um determinado aspecto. Não se faz necessário um artigo ou um texto monstruoso para falar sobre o assunto em questão, mas basta consciência e preocupação com o resultado que uma informação, ou a falta dela, poderá causar na sociedade.
Fonte: Paula Villela

Referências Bibliográficas

Cortelazzo, Iolanda B. C. Redes de Comunicações e Educação Escolar: A atuação de professores em comunicações telemáticas". São Paulo FE-USP, Dissertação de Mestrado.1996.
MORIN, E. (2000): A cabeça bem feita. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil.
ECO, U. (1987): Apocalipse postponet. Bloomington: Indiana University Press.
BARRETO, R. (org.) (2001): Tecnologias educacionais e educação à distância. São Paulo: Paz e Terra.

TIC é a abreviação de “Tecnologia da Informação e Comunicação”. Pesquisando nas várias definições existentes em livros, textos, Internet, revistas, etc., podemos dizer que TIC é um conjunto de recursos tecnológicos que, se estiverem integrados entre si, podem proporcionar a automação e/ou a comunicação de vários tipos de processos existentes nos negócios, no ensino e na pesquisa científica, na área bancária e financeira, etc. Ou seja, são tecnologias usadas para reunir, distribuir e compartilhar informações, como exemplo: sites da Web, equipamentos de informática (hardware e software), telefonia, quiosques de informação e balcões de serviços automatizados.

Estamos presenciando, já há alguns anos, o uso intenso da Internet por todos os segmentos da sociedade e isto esta fazendo com que inúmeras áreas sofram mudanças radicais em termos como inovação, criatividade, produtividade e conhecimento, por exemplo, estão forçando a procura de novas formas para aplicações tradicionais da área financeira, bancária, educação, segurança, transportes, engenharia, comércio, etc.
Outra área de crescimento do uso de TICs é a dos gestores públicos, nos seus processos administrativos, pois permite transparência e beneficia toda a sociedade. É o surgimento do governo eletrônico, o chamado “e-gov”.
Fonte: http://imasters.uol.com.br/